pedromurilo.arq.br
24.5.06
  Em busca de um método Eu nunca fui lá fã dos Irmãos Aires Mateus, mas devo confessar que visitando o site desses arquitetos portugueses, uma obra em especial me estimulou a escrever. Nunca fui muito fã pelo fato de que tenho visto em seus projetos uma geometria, digamos, excessiva, dando a sensação de que ela, apenas ela, foi capaz de resolver o projeto e de dar as respostas ao conjunto de perguntas que todo arquiteto formula na prancheta. E isso acaba gerando um tectonismo pra lá de carregado com seus cubos brancos a todo o lado e uma pontinha de formalismo. Isso sem falar que eles são bastante adeptos de uma representação absolutamente batida mas em voga, com todas aquelas escalas humanas numa festa cultural de poses remkoolhianas, bicicletas em profusão, moças atiradas em sofás de linhas retas com poses de contorcionista, jovens engravatados e de cabelos loiros espetados passeando pelo edifício e tudo isso...

Mas a casa de Alenquer me pareceu revelar o método e, sobretudo, a força do desenho e de uma correta leitura dele, típicos da arquitetura portuguesa contemporânea. Trata-se de um projeto estranho às casas particulares que estão lá demonstradas justamente por se tratar de uma casa numa recuperação de uma ruína e não ser propriamente "de uma ordem geométrica pura". Mas tem aquela sabedoria criativa que soube manter o dado histórico coerente com a nova edificação, ainda que gerasse uns espaços intersticiais caindo novamente no sabor de uma "experimentação plástica contemporânea", como diria Choay.

As paredes recuperadas, por exemplo. também podem dar aquele ar de falsas... No entanto, talvez a opção por mantê-las no tijolo como estavam, apesar de adequada à uma linha mais conservativa às ruínas, talvez desse mais destaque à intervenção - o que não deveria ser o objetivo - e apenas afirmasse de vez essa falsidade. Afinal, não há construções antigas em tijolos à vista numa terra como o Alenquer, no Alentejo, e o mais importante mesmo fosse a preservação das aberturas, dos muros da fachada e da relação do lote da casa com a aparência do sistema urbano da cidade.

No entanto, a leitura desse método só foi feita nas últimas imagens do portfolio da casa no site, cuja imagem escolhida para figurar como a síntese do projeto na abertura foi aquela em que é nítida a "experimentação plástica". Como se houvesse a necessidade do impacto. Como um algo a mais que o projeto precisasse ter para ser indicado ao Mies van der Rohe de 2002. E como foi. Mas eu não acho que precisava. Pra mim, enfraquece as coisas de uma certa maneira. E é por isso que eu continuo tendo uma certa distância aos projetos deles...


A imagem que deveria ter sido a primeira...


Maquete.


Experimentações plásticas contemporâneas.


Interior da sala.


Piscina.

PS: Essas fotos não são minhas. Foram descaradamente copiadas do site. Afinal, eu não teria tempo de ficar horas controlando a luz até sair umas fotos de capa de revista assim... 
22.5.06
  O Tao da Arquitetura "A Arquitectura não pode nem deve submeter-se a motivos, a pormenores mais ou menos curiosos, a bizantinices arqueológicas. Esqueceram e esquecem ainda os autores dessas 'casas à portuguesa' que as formas tradicionais de toda a arte de edificar não representam capricho decorativo ou manifestação barroca. De início, e aí com o seu verdadeiro sentido, as formas arquitectónicas resultam das condições impostas ao material pela função que é obrigado a desempenhar e ainda de um espírito próprio daquele que age sobre o mesmo material. Daí que em toda boa Arquitetura exista uma lógica dominante, uma profunda razão em todas as partes, uma íntima e constante força que unifica e prende entre si todas as suas formas, fazendo de cada edifício um corpo vivo, um organismo com alma e linguagem próprias."

(Fernando Távora)


É por isso que eu gosto dos portugueses... Eles têm um jeito todo complicado de falar de coisas tão simples... 
21.5.06
  Um feliz aniversário
Finalmente, a foto saiu. (mas ainda teve que ser "photoshopada"). Da esquerda para a direita: Letícia, Ana, Carol, Aline e eu, o único barbudo (ainda bem!)

Adulto sabe quando está estressado quando é convidado de última hora ao aniversário de uma amiga e a única coisa que se fala no bar é "do quanto éramos felizes". Sábado, antes de ir à uma quermesse comer milho verde, (sim, essa é uma das vantagens de se morar no "interior" quando o período das festas juninas começa) recebi uma mensagem da Aline pelo orkut - sim, ela aprendeu comigo e esqueceu completamente do telefone - dizendo que estava indo num bar comemorar seu aniversário. E a Aline é aquela amiga cujo convite é irrecusável. Nos conhecemos desde os tempos em que nossa única e maior ambição era ir bem numa prova de estudos sociais...

Entre milhares de exemplos de causos, pessoas e outras lembranças escolares permeadas por muitas gargalhadas, me lembrei desse sentimento de estabilidade, das coisas que pareciam eternas. E vi como o nosso contato é sempre a partir dessas lembranças, ainda que possuindo um certo vazio pela distância (talvez por minha culpa). A atualidade é sempre através de informações - carregadas de uma exagerada simplicidade - de nossas profissões atuais, nossas "especializações", nossos setores sociais que pouco têm a ver com a vida do outro. Mesmo assim, - e isso eu aprendi com um grupo de amigos portugueses - esses encontros são sempre uma forma de nos fortalecer para viver o presente que escolhemos.

Apesar de uma pequena alegria, confesso que estou meio melancólico. Cansado mesmo, e talvez até com um certo medo. Mas diversas vezes me considerei cansado e tive de enfrentar algumas coisas que caíram do céu sem eu prever. E, nessas horas, não se pode haver tempo para o medo. A coisa boa é que, dessa vez, parece que eu as estou prevendo, ou, até mesmo, as construindo. E, de fato, isso torna tudo positivo... mesmo que a gente tenha que ceder um pouco e aceitar de vez as coisas como são.


Eu e minha irmã mais velha. 
20.5.06
  Pegando o gancho do bolo verde... "O signo dos extremos, Sagitário se alimenta de acordo com sua inspiração e entusiasmo. Embora goste de dietas purificadoras, que alterna com períodos de loucuras gastronômicas, o sagitariano vai mesmo é de alimentos condimentados, até um pouco pesados. Depois, luta contra a balança, acrescentando muito verde nas saladas generosas e muita fruta ao café da manhã. A alimentação matutina é essencial para ele."
Fonte: UOL Horóscopo, o gosto de cada signo.

(Nota mental: É a mais pura verdade...)

O Fausto apareceu hoje no Núcleo com uma conversa sobre numerologia. Sobre ele e o número 6, que segundo ele está presente no final de todos os cálculos que ele têm feito com o nome completo, data de nascimento - 6 e 6 - e a idade - 6 também. 666, ou o ano da besta. Perfeito para figurar num outdoor da Marginal Tietê. O fato é que a pontinha de curiosidade que ele deixou me fez perceber que eu sou um 9 e 9, mas o ano da idade é 5. Ou seja, o ano em que eu fizer 27 anos será um daqueles!...

Poucas novidades resultam em posts meio inúteis mesmo... 
17.5.06
  "Paulinhoooooo!" Convite

(...) 
14.5.06
  The simple wisdom O Dia das Mães sempre foi aquele dia no meio de maio estranho. Não há nenhuma preparação... Não é fim do ano, não é Natal, não há expectativa. De repente você, com todos os sintomas de um adulto estressado (por exemplo, acordar sempre às 6 da manhã sem o despertador em qualquer dia da semana, até nos sábados e domingos), percebe que ele chegou e, ao mesmo tempo em que seu presente acaba sendo um abraço apertado por ter se esquecido completamente, vai almoçar na casa dos avós e ouvir as mesmas reclamações do trânsito perto da região dos restaurantes de Frango com Polenta...

No entanto, não sei se foi a distância do ano passado, mas aconteram umas coisas diferentes... Talvez uma inesperada vitalidade, definitivamente necessária nesses tempos de razão excessiva (como visto na mensagem anterior, meu orkut de nerd já é até uma realidade)...

O almoço desse ano foi na casa do meu tio (como já vem acontecendo há algum tempo), juntando a família do meu pai com a de minha madrinha. Vocês já comeram bolo de espinafre com cobertura de chocolate? Receita da Lola, mãe da minha madrinha... Duas xícaras de açúcar e uma colher de margarina no fogo. Misture até ficar um creme e reserve. Pegue um maço de espinafre, tire as folhas, deixando também o talo novo e pré-cozinhe em água fervente. Depois, bata no liquidificador, com um dedo de leite. Junte o creme, um pouco de essência de baunilha (pra tirar o cheiro de espinafre), duas xícaras de farinha e uma colher de sopa de fermento biológico. Jogue a massa numa assadeira untada (de preferência de furo no meio) e deixe 20 minutos no forno alto. Pronto. Eis que ficou pronto o "Bolo do Hulk". Verde... E delicioso.

Já na casa da minha avó, mãe da minha mãe, a história não teve nada a ver com culinária. Minha mãe combinou com as irmãs um café da tarde e aparecemos até que cedo, apenas pra fazer uma pequena visita. Só estava lá ainda uma de minhas tias, Cleide, com a bisneta, Laísa, ou seja, tataraneta da minha vó e minha prima, hmm..., de terceiro grau. Eu sou um completo desconhecido pra ela, que tem 3 anos. Quando cheguei, ela estava com manha de sono. Mas foi só eu resolver mexer numa bolinha amarela largada no meio da sala que ela resolveu espoletar de vez. A minha avó, que já havia atendido a porta com duas "maria chiquinhas tortas", feitas pela artista, comentou: "Essa aí é que nem enxerto de lagartixa! Não tem parada!"...

Eu até ficaria mais, brincando de tentar acertar os porta-retratos da sala, ou provando o resto do bolo de espinafre (tinha também de morango e maracujá)... Mas o trabalho pra terça-feira têm sugado as energias. Vou fazer como sempre: depois desse respiro breve, vou me atirar de novo no estresse e imaginar que o próximo fim-de-semana pode ter mais dias como hoje. Se não tiver a Laísa, eu mesmo arranjo a bolinha. 
13.5.06
  Au! Au! Agora eu tenho orkut de nerd
12.5.06
  Boas notícias de hoje da Comissão de Graduação Ainda bem que meu bom senso não me fez ir atrás do Sílvio Macedo xingando-o pelas tabelas... Enfim, meu pedido de equivalência reapareceu. Estava perdido na Seção de Alunos, com entrada marcada. A Comissão de Graduação fez tudo certo, aprovou meu pedido com data de 23 de Setembro (sim, Setembro!) e encaminhou para lá. O problema era que o processo, com as notas do Porto, ainda estavam vindo do Porto ao CCINt e do CCInt à FAU e, sem o processo, apenas com o miolo, a Magali não podia fazer nada. Nesse meio tempo, o miolo se perdeu (por culpa de "alguém") e o processo chegou do CCInt. Hoje foi o feliz dia do reencontro. E minhas matérias serão finalmente lançadas no meu Histórico ainda hoje...

Tudo termina bem quando acaba bem... (err..., bem, melhor não cantar vitória antes do tempo...) 
7.5.06
  Praça Roosevelt
"Mão... Lava a outra, lava um ma-mão..."

Achei essa foto perdida no cartão da máquina digital hoje. Foi no dia do passeio no centro para o Projeto Inicial. Domingo, feira livre na rua ao lado da Praça Roosevelt. Logo a seguir, a pilha pifou e passei a usar a máquina da Larissa. O fato de que dificilmente vou conseguir esse foco esquisito de novo torna tudo ainda mais único. Sim, único, porque a única coisa que justifica sair tirando foto desfocada por aí é alguma intenção. E essa, definitivamente, não teve nada disso... Ainda assim, às vezes os erros técnicos saem mais interessantes que os acertos... 
6.5.06
  Ouvindo demais... "Oi, Linda.
Bella che fa.
Bonita... Bonita, ¿que tal?
But Belle... Je ne comprends... pas... français,
So you'll have to speak to me... some other way..."

(Jack Johnson)
 
pequeno muro de pedra, ou pedra de pequeno muro, depende apenas do estado de espírito.

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