pedromurilo.arq.br
30.3.06
  Tratando da burrocracia Hoje, voltando todo alegre por ter reencontrado meu caderno na Sala Pró-Aluno na FAU, eis que sou chamado pela Cidinha, da Comissão de Graduação, diretamente dos vidros de seu aquário... O diálogo foi essencialmente esse:

"Oi...! Alguma novidade, Cidinha?"
"Então... É que. Lembra que eu havia dito que seu processo está com o relator?"
- eu aceno a cabeça - "Pois é, o Silvio Macedo disse que não sabe onde está. Ele perdeu."
"Mas, como assim?"
"Eu até disse pra ele: 'É o Pedro Murilo. Ele entregou um calhamaço assim, ó...'"
- fazendo uma demonstração simbólica com o polegar e o indicador - "'E eu adiantei o processo pra você enquanto não vinha o processo do CCInt. E agora que ele chegou, eu preciso dar continuidade...'"
"Mas, e aí?"
- eu pergunto.
"Ele queria saber se você não pode entregar de novo."
- Eis que me atino, realmente, não do calhamaço, mas de seu conteúdo: o texto de apresentação, o programa das disciplinas e das 14 folhas A1 dobradas...
"Poxa, Cidinha, eu gastei 50 Reais só de xerox dos trabalhos..."
"Não era original, era só xerox? Nem plotagem?"
"Não. Era xerox."
"Ainda bem. Então, infelizmente, traz de novo que a gente vê. Eu ponho na conta da Comissão de Graduação."
"É... ok, então. Eu só venho agora terça..."
"Tudo bem, a gente conversa com a Márcia."
- indicando a moça do xerox da FAU, no aquário ao lado.
"Mas são folhas A1..."
"Ih. Então complicou. Tudo bem. A gente tira lá embaixo."
- referindo-se, em tom "duvidoso", ao xerox do Museu.
"Obrigado, Cidinha."
"Desculpa, eu que agradeço."


G§%(*)¬$@&¨/)(*&()%$rrrrrrrrr! 
28.3.06
  Desenterrando um TFG
Moinho de Sal Cotellessa, Ribeirão Pires, SP, fachada. Levantamento de novembro de 2003.

Galpão e novas construções formam complexo educacional
Fernando Serapião | Revista Projeto Design, nº 302, abril 2005.

Arquitetura Investigativa
Monica Junqueira de Camargo | Revista Projeto Design, nº 302, abril 2005. 
24.3.06
  Seminário no LAP Algumas frases dos últimos dias:

"Ainda se discute reforma agrária num país que já se tornou essencialmente urbano."
(Nestor Goulart Reis)

"O Urbanita contemporâneo diz: 'Eu gosto disto, mas não quero ter que pagar o preço disto'; 'Eu quero a euforia dos espanhóis, mas não quero o barulho que os espanhóis fazem'; 'Eu quero tudo aberto aos fins-de-semana, mas não quero os dias da semana'. (...) Não podemos ter uma orografia do território clara se nossa vida é a constante resolução dos conflitos de nossos interesses."
(Nuno Portas)

"Projetar o solo é o mínimo. É desenhar o princípio da civilidade que se marca no chão."
(Nuno Portas)

"A cidade hoje é como a música contemporânea: atonal."
(Bernardo Secchi)

"Hoje vive-se a radicalização da modernidade ou a radicalização sobre a modernidade. (...) Vive-se o excesso do espaço, do tempo e do indivíduo. (...) O excesso do espaço e o excesso do tempo traduzem-se em velocidade, em que o quilômetro já não importa mas o tempo a percorrê-lo e em que condições. O excesso do indivíduo é seu multipertencimento, ou seja, o mesmo indivíduo está esferas de sociabilidade completamente diferentes. (...) Seu 'cosmopolitismo' equivale à sua tribalização."
(Álvaro Domingues)

"Há uma região de turcos em Berlim que você olha para cima e vê todas essas antenas. E você entra e todos estão vendo TV turca. Afinal, vocês acham que essa população está na Alemanha ou na Turquia? É preciso considerar que todos nós estamos aqui como em algum outro lugar ao mesmo tempo."
(Thomas Sieverts)

"Existe tanto dinheiro no mercado imobiliário hoje em São Paulo que eles não poderiam organizar uma exposição internacional de arquitetura em que eles mostrassem arquiteturas melhores que as que eles mostraram aqui hoje?"
(Thomas Sieverts)

"É absolutamente uma balela colocar nas mãos dos arquitetos a resolução dos problemas sociais. Problemas sociais se resolvem com programas sociais. Isso é coisa de político irresponsável que põe essas idéias nas cabeças dos estudantes."
(Nestor Goulart Reis) 
21.3.06
  Denúncia Há coisas que você faz e não sabe bem porquê. E há outras que, se você não faz, parece que não está sendo você mesmo. Apesar de ter sido desaconselhado a fazê-lo, eis minha denúncia:

"A partir do km 18 da Via Anchieta, na faixa da esquerda da pista local, por volta da 10 horas da manhã, a viatura em questão, de placa CDV3680, conduzida por uma mulher de óculos - acompanhada de um senhor de azul no banco do passageiro e uma outra mulher no banco de trás - "colou" (usando um termo comum) na traseira do meu carro, pedindo passagem sem utilizar as sirenes da viatura, mas com farol alto. Apesar disso, no entanto, dado o trânsito, que fluía a 80km/h mas era intenso com a presença de diversos caminhões, a cedência era impossível e permaneci na faixa com um caminhão à frente. Impaciente, a policial, a partir do km 17, começou a exigir a passagem através das buzinas da viatura, encostando ainda mais a viatura e inclinando o carro ligeiramente à esquerda (ainda que nós já estivéssemos na faixa da esquerda e o trânsito de caminhões permanecesse) para se fazer presente. Quando finalmente no km 16, na altura do Colégio Jean Piaget, o tráfego aliviou, avisei com a seta, saí para a direita e a viatura seguiu, à mesma velocidade do trânsito.

A possibilidade de um acidente, nessa situação era iminente - não acontecendo talvez por uma enorme presença de espírito. Não me interessa saber se havia alguma urgência. As viaturas possuem meios de pedir passagem mais eficientes e, principalmente, mais legais. No entanto, a situação se torna ainda mais absurda, pois, ao que me pareceu, quando finalmente cedi a passagem, tratava-se apenas de "ver-se livre de carros à frente" e que uma alegável urgência não havia - ou pelo menos não transpareceu. Não houve a compreensão de um trânsito como o da Via Anchieta (frisando que apesar do tráfego de caminhões, fluía) e que, enfim, tudo o que verifiquei, ao final, foi um verdadeiro abuso.

Apesar de ter sido bem tratado em diversas ocasiões por outros policiais em situações que precisei, gostaria que essa denúncia sirva apenas para prevenir os maus policias para que também cumpram os deveres que zelam e exigem dos cidadãos os quais protegem, visto que, dos males, o menor: apenas o susto.

Desde já agradeço."


Eu sei que não vai dar em nada e nem quero que dê, talvez. Mas já funcionou para minha paz de espírito. 
18.3.06
  Velhas estantes "Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mítica, cuja maior expressão se encontra nos poemas de Homero e Hesíodo, conforme já vimos no capítulo anterior.

Quando se dá a passagem da consciência mítica para a racional, aparecem os primeiros sábios,
sophos, como se diz em grego. Um deles, chamado Pitágoras (séc. VI a. C.), que também era matemático, usou pela primeira vez a palavra filosofia (philos-sofia), que significa "amor à sabedoria". É bom observar que a própria etimologia mostra que a filosofia não é puro logos, pura razão: ela é a procura amorosa da verdade.

O trabalho filosófico é essencialmente teórico. Mas isso não significa que a filosofia esteja à margem do mundo, nem que ela constitua um corpo de doutrina ou um saber acabado, com determinado conteúdo, ou que seja um conjunto de conhecimentos estabelecidos de uma vez por todas.

Para Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. A admiração é a condição de onde deriva a capacidade de problematizar, o que marca a filosofia não como posse da verdade, mas como sua busca. Para Kant, filósofo alemão do século XVIII,
´não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar´. Isto significa que a filosofia é sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É um conhecimento instituinte, no sentido que questiona o saber instituído.

Portanto, a teoria do filósofo não constitui um saber abstrato. O próprio tecido do seu pensar é trama dos acontecimentos, é o cotidiano. Por isso a filosofia se encontra no seio mesmo da história. No entanto, está mergulhada no mundo e fora dele: eis o paradoxo enfrentado pelo filósofo. Isso significa que o filósofo inicia a caminhada a partir dos problemas da existência, mas precisa se afastar deles para melhor compreendê-los, retornando depois a fim de dar subsídios para as mudanças."


ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & Maria Helena Pires Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 1995, pp. 72.

Encapado, com inscrições estranhas como um "Muito obrigado, Pedro! ass: Renata" e um estranho pássaro com a cabeça de um amigo de meu irmão desenhado à lápis na contracapa, desenterrei esse livro lá do fundo da minha prateleira para levar ao curso de filosofia que comecei a freqüentar nas sextas à noite. E me lembrei do bravo Prof. Jussieudo, ou melhor, o Jussa, que tentava passar alguns dos conceitos contidos nesse livro para alguns alunos de 13, 14 anos no colegial. E como era difícil. O engraçado é que eu sempre o considerei uma leitura "complicada"... E agora, pelo contrário, quando procurei sobre o conceito, o achei tão claro, tão fácil de entender - ainda que seja necessário algum esmiuçamento - que virar a página parece incontrolável.

Acho que vou continuar a ler as páginas subseqüentes para quebrar os meus (pré)conceitos... 
15.3.06
  Domingos de Manhã
O percurso.

Já estava mais do que na hora de tirar essa lata amassada da capa deste "pequeno noticiário de uma vida pequeno-burguesa" (ouvi isso outro dia e não pude deixar de utilizar tão singela descrição). Domingo de manhã passado, eu, a Larissa, o pai dela e a Kátia fomos dar uma volta no centro de São Paulo para o Projeto Inicial 2006, exercício das disciplinas de edificações da FAU que, se dependesse da nossa vontade acho que não faríamos. O fato de que nossas vidas já parecem começar a estar muito longe de devaneios acadêmicos pesou bastante nesse estranho desânimo... A área era a quadra do Edifício Itália e do Copan e o tema é Lazer Público Urbano. Somos a equipe 53, numa clara alusão à nossa turma da faculdade, 53, da qual somos ainda bravos representantes...

Três coisas: 1) Que uma vida basicamente rodoviária às vezes realmente incomoda; 2) Que em diversas ocasiões a Larissa e a Kátia comentaram de estarem "fechando" seus mapas mentais da cidade; E 3) Que só a Kátia seria capaz de jogar um charme no maître do Terraço Itália e deixar a gente ver a vista de graça sem ter que pagar o "couvert" de R$ 15.

Vou deixar novamente as fotos falarem por si porque estamos finalizando o trabalho - a entrega está marcada para esta sexta - e eu não estou muito com vontade de ficar descrevendo "sensações", "situações urbanas" e "arquiteturas" e outros... Só digo que o tempo estava nublado por isso as fotos não ficaram lá muito atrativas, mas passa. Março é o mês do mau-humor, definitivamente.


Copan, Esther e Itália. Niemeyer, Heep e Vital Brazil.


Feira de artesanato na Praça da República, em frente ao Colégio.


Quando um pilar no meio do caminho é a mais pura expressão da arquitetura moderna... Isso quando não aparecem outras bizarrices ao lado para encobrir...


Vertigem de 41 andares sobre o Edifício Itália... Esquina da Ipiranga com São Luís.


Daqui pra lá: Praça da República, Luz e Bom Retiro, Anhembi, Santana e a Serra da Cantareira.


A imagem clássica. Toda banca na Paulista tem pra vender: é só escolher o tipo de céu preferido. 
1.3.06
  Horóscopo do dia | SAGITÁRIO "Movimentação em casa ou com tema relacionado a lar, família, imóvel ou passado ganha destaque nesse inicio de mês. Fundamental que você saiba fluir com esse movimento, evitando contrapor a ele as máscaras batidas da autoridade. Você ainda não sabe o ouro que se esconde por baixo de tantas camadas de sentimento represado, vá descobrir."
Fonte: Urania

Hmmm. O que será que quiseram dizer com isso...? Ah. Já sei:


Palio (sem nome por culpa da Paula) após o momento em que - mesmo obedecendo os lindos cones da CET bloqueando uma saída e "tentando fluir" à frente com o trânsito da Av. Salim Farah Maluf - uma "carreta autoritária" resolveu ainda assim entrar à direita.


E o retrovisor bateu asas e voou...

A pergunta: Será que ainda sobra algum "ouro" depois de pagar a franquia do seguro? 
pequeno muro de pedra, ou pedra de pequeno muro, depende apenas do estado de espírito.

Minha foto
Nome:
Local: Brazil

Pequeno muro de pedra ou pedra de pequeno muro, depende apenas do estado de espírito.

Arquivos
09.2004 / 10.2004 / 11.2004 / 12.2004 / 01.2005 / 02.2005 / 03.2005 / 04.2005 / 05.2005 / 06.2005 / 07.2005 / 08.2005 / 09.2005 / 10.2005 / 11.2005 / 12.2005 / 01.2006 / 02.2006 / 03.2006 / 04.2006 / 05.2006 / 06.2006 / 07.2006 / 08.2006 / 09.2006 / 10.2006 / 11.2006 / 12.2006 / 01.2007 / 02.2007 / 03.2007 / 04.2007 / 05.2007 / 06.2007 / 07.2007 / 08.2007 / 09.2007 / 10.2007 / 11.2007 / 12.2007 / 01.2008 / 02.2008 / 03.2008 / 04.2008 / 05.2008 / 06.2008 / 07.2008 / 08.2008 / 09.2008 / 10.2008 / 07.2009 /


Powered by Blogger

Assinar
Postagens [Atom]