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18.3.06
  Velhas estantes "Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mítica, cuja maior expressão se encontra nos poemas de Homero e Hesíodo, conforme já vimos no capítulo anterior.

Quando se dá a passagem da consciência mítica para a racional, aparecem os primeiros sábios,
sophos, como se diz em grego. Um deles, chamado Pitágoras (séc. VI a. C.), que também era matemático, usou pela primeira vez a palavra filosofia (philos-sofia), que significa "amor à sabedoria". É bom observar que a própria etimologia mostra que a filosofia não é puro logos, pura razão: ela é a procura amorosa da verdade.

O trabalho filosófico é essencialmente teórico. Mas isso não significa que a filosofia esteja à margem do mundo, nem que ela constitua um corpo de doutrina ou um saber acabado, com determinado conteúdo, ou que seja um conjunto de conhecimentos estabelecidos de uma vez por todas.

Para Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. A admiração é a condição de onde deriva a capacidade de problematizar, o que marca a filosofia não como posse da verdade, mas como sua busca. Para Kant, filósofo alemão do século XVIII,
´não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar´. Isto significa que a filosofia é sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É um conhecimento instituinte, no sentido que questiona o saber instituído.

Portanto, a teoria do filósofo não constitui um saber abstrato. O próprio tecido do seu pensar é trama dos acontecimentos, é o cotidiano. Por isso a filosofia se encontra no seio mesmo da história. No entanto, está mergulhada no mundo e fora dele: eis o paradoxo enfrentado pelo filósofo. Isso significa que o filósofo inicia a caminhada a partir dos problemas da existência, mas precisa se afastar deles para melhor compreendê-los, retornando depois a fim de dar subsídios para as mudanças."


ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & Maria Helena Pires Martins. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 1995, pp. 72.

Encapado, com inscrições estranhas como um "Muito obrigado, Pedro! ass: Renata" e um estranho pássaro com a cabeça de um amigo de meu irmão desenhado à lápis na contracapa, desenterrei esse livro lá do fundo da minha prateleira para levar ao curso de filosofia que comecei a freqüentar nas sextas à noite. E me lembrei do bravo Prof. Jussieudo, ou melhor, o Jussa, que tentava passar alguns dos conceitos contidos nesse livro para alguns alunos de 13, 14 anos no colegial. E como era difícil. O engraçado é que eu sempre o considerei uma leitura "complicada"... E agora, pelo contrário, quando procurei sobre o conceito, o achei tão claro, tão fácil de entender - ainda que seja necessário algum esmiuçamento - que virar a página parece incontrolável.

Acho que vou continuar a ler as páginas subseqüentes para quebrar os meus (pré)conceitos... 
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