Amantes 2006 Vamos lá, à perda de tempo... É que eu tenho que escrever um monte de coisas para o TFG e decidi dar mais um pouco o ar da graça por aqui. Na verdade, é para um post que eu já deveria ter anunciado há um tempo e agora, no intervalo cerebral das palavras monográficas, me lembrei...

É que na FAU, abriu já há uma semana a exposição Amantes de Fotografia 2006. Trata-se, àqueles que não conhecem, de uma exposição coletiva organizada pelo Laboratório de Fotografia da Faculdade aberta a alunos, ex-alunos, funcionários e professores. É bem interessante, mas tem muita gente que expõe só pra pegar o desconto de 50% da LabTec, não é Ros?

A exposição tinha a tendência de ter fotografias bastante diversas umas das outras, mas desde que a Candinha começou a outorgar um tema na mala direta de e-mail nos últimos anos, parece que o grupo tem se aproximado de uma mostra comum... Esse ano, porém, o tema é Patrimônio Cultural, com ênfase no "abandonado", "esquecido", o que, no Brasil, não deixa de ser bastante amplo e permitir a "antiga diversidade temática"... Bem, pelo menos eu pensava... O fato de eu trabalhar com isso há um tempo não ajudou muito na seleção das minhas fotos já que esse conceito, o de Patrimônio, pode ser, virtualmente, qualquer coisa nas últimas décadas... Até um dedal pode ser patrimônio se for atribuído de alguma significação memorial, simbólica, artística, etc...

Em princípio ia por umas fotos do centro de São Paulo, mas desisti porque não estavam bonitas. Depois, decidi escolher umas de Iguape, e cheguei até a mandar para compor o catálogo que novamente a Candinha iria fazer... Mas, desisti também. Ainda não era aquilo... E depois, a uma semana de fazer as fotos e emoldurá-las para a exposição, percebi que o meu problema não era com as fotos, mas com o que retratavam, o construído... Por que eu estava indo atrás de lugares e coisas, quando, na verdade, o patrimônio é algo tão além disso...? E selecionei as fotos abaixo da viagem que fiz de navio até Salvador, passando algum tempo no Rio.

Quando eu pensei que "ia ser variada a temática", pensei que todos compreendiam esse sentido amplo da noção de patrimônio, e pensei, então, que cada um ia expor em suas fotografias coisas bem diferentes uns dos outros... No entanto, a proliferação de igrejinhas, ruínas e outras coisas arquitetônico-chamativas acabou por tornar a mostra paradoxalmente coesa... Pelo simples fato de que patrimônio, para os arquitetos brasileiros demasiadamente marcados pela construção do IPHAN e da nossa identidade cultural, o patrimônio deve ser isso mesmo. E não algo maior, de alguma significância ex-libris e profundamente interior a cada um que o observa...

Não sei se fui claro... Espero que as fotos digam algo por mim.


"Rio..."


"...De Sol,"


"...De Céu,"


"...De Mar."  ¶ 01:40