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10.7.05
  Outros carnavais
Lazarim, Carnaval 2005.

A comparação é inevitável. Estou me lembrando daquela vontade de fugir de tudo aquilo que se refere à escolas de samba, sambas-enredo, calor sufocante, propagandas-de-cerveja-com-mulheres-rebolando-em-cenas-de-bar, a falta de inventividade dos marqueteiros das cervejas concorrentes, desfile na TV pela madrugada adentro. Lembro-me principalmente do ano passado em que eu, o Pita, a Paula e o Paulo, resolvemos ir pra Campos do Jordão por esses dias, no albergue da juventude da Abernéssia. Ainda que não estivesse propriamente frio, choveu sempre e até parecia que estávamos mesmo em outro mundo. Claro, ainda assim, o poder da TV em atingir as massas foi maior e assistimos um pouquinho dos desfiles no quarto do albergue.

Mas nunca poderia imaginar que veria um carnaval como esse.


A aldeia e os caretos.

Lazarim era a segunda (e última) aldeia - a outra, ligeiramente maior, era Lalim - de uma bifurcação de uma estrada secundária a Lamego, segunda maior cidade da região das vinhas do Douro. A idéia de ir para lá foi do Leonel, amigo da Inês e fotógrafo do Jornal de Notícias para uma reportagem. Um carnaval tradicional de caretos, máscaras de madeira confeccionadas pelo povo da aldeia, essa formada, basicamente, por um punhado de casas de pedra. Num pequeno palco montado no seu centro, coincidentemente, o fim da própria estrada que levava a ele, o presidente da junta anunciava as festividades e controlava a festa à sua maneira. Inclusive, fui convidado para ser jurado do concurso que haveria após o cortejo... A Inês tirou foto da coisa toda, já que eu fiquei um tempo lá, no tal palco. Mas ainda não as tenho aqui.

Era tudo muito estranho e ao mesmo tempo curiosíssimo. Em princípio, pela escala do lugar, absolutamente pequena, muito pequena. E, tudo parecia ter uma espécie de ritual. Não tinha muito de antigo, é bem verdade que parecia já bastante contaminado por uma certa "modernidade", e que grande parte da "tradição celta" que se atribuía as festas eu olhava com uma certa desconfiança. Mas não deixava de ter algum pé na tradição e no popular. Como todo carnaval deve ser, com sambas-enredo, ou não.

Já não me lembro muita coisa, é verdade. Deixo as imagens falarem por si.


A aldeia ao pé da Serra de Montemuro e o ensaio dos que iam ler os testamentos.


Mais caretos, a banda do cortejo, e a feijoada pública.

PS: Vou viajar amanhã. Comprei um passe de Interrail por Portugal, Espanha, França e Benelux. Volto só em agosto ao Porto pra arrumar as malas de vez. Talvez eu publique qualquer notícia. Mas, em todo caso fica o aviso. Abraços. 
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