pedromurilo.arq.br
9.5.05
  Coisas na cabeça Cansei dos pequenos relatórios de viagens... Vou tentar falar sobre outros temas. Tem tanta coisa e eu só fico contando "das atividades extracurriculares". O fato é que eu já estava me vendo fazer isso para as férias de Páscoa. Uma foto da faculdade faz uma falta... Mas há tanta coisa pra colocar que prefiro falar sobre outras futilidades que nem de longe passaram por aqui. Vou tentar variar, mas sei que vou sempre acabar no mesmo tema.

O anúncio da visita da minha mãe e meu irmão foi o grande estímulo para as horas de Autocad e a necessidade de acabar o projeto a tempo. Acho que o processo foi semelhante pra todos os brasileiros na sala de computadores da faculdade, já que as nossas "férias de Páscoa" seriam as maiores do calendário letivo... Se não eram as visitas familiares eram planos de viagem. A sala, com aquela aparência de escritório de arquitetura em véspera de entrega, "transbordou de tropicalidade"... Apesar do atropelo e da recepção magro com cara de zumbi que até fez minha mãe achar "que eu não estava sendo bem tratado", gostei muito. Ela fez um sucesso que só vendo... Pela mala recheada, pela moqueca... Bem, é minha mãe, né? Em Portugal, visitamos o Porto, Braga, Guimarães e então iríamos seguir para a Espanha.


Apesar da chuva: eu e meu irmão em Bom Jesus do Monte, Braga; Eu, minha mãe, Inês e Ana no centro de Braga.

O mais fantástico é que ela trouxe a máquina digital do meu pai e eu pude brincar um pouquinho... Mas com o tempo ela foi ficando com ciúmes que eu monopolizava todas as fotos e sempre reclamava das fotos dela: ou que o ângulo não estava perfeito, ou que a luz não estava adequada, ou que a cor não deveria ser aquela, ou que o enquadramento estava meio bizarro, ou quando eu proferia a minha famosa frase: "ficou torto!"... Eu tenho uma certa teimosia com isso, confesso. Viajar com arquiteto não é fácil... Pensem comigo, vai que um dia eu precise daquelas imagens pra alguma coisa? Uma palestra, um trabalho, sei lá...

Mas, mesmo eu deixando que ela tirasse qualquer coisa (com o tempo fui ficando cansado de tirar tanta foto de tudo) ela sempre reclamava que não enxergava o visor e que era melhor que eu tirasse mesmo... Ás vezes até indicando o que queria que saísse. Mas o pior mesmo era quando eu era o tema. Invariavelmente, sem ter pra onde socorrer, o que saía, saía... Isso porque eu não queria dizer que estava "mal-tirada" para ela não ficar brava. (Desculpa, mãe!, mas foi assim...) Eu até comecei a gostar dessas fotos "sem querer", resultado de um primeiro olhar, ainda que meio cego, longe das convenções perspéctico-cromáticas de arquiteto...

Esses dias finalmente assisti ao Lisbon Story, filme de Win Wenders e trilha sonora dos Madredeus, que trata de um sonoplasta alemão que vai à Lisboa gravar os sons da cidade para o filme de um amigo. Ele, após conhecer a cidade através dos tempos que passa pelas ruas captando os sons, convence o amigo a recuperar o significado das imagens que registra na película. Eu acho um filme muito difícil de explicar em palavras pelo que ele é. Cômico e visualmente interessante. Um pouco o que minhas fotos "de arquitetura" deixaram de ser...

Por isso, esse post é uma homenagem nesse sentido. Recupero algumas dessas imagens. Uma delas inclusive quem percebeu foi a Tatiana, amiga da FAU, quando eu lhe mostrei e ela reparou nas "flores na cabeça" há muito tempo atrás... Reparem que eu estou mais gordo. Foi em 2001, quando encontrei a Fernanda, também da FAU, em Londres na viagem com minha mãe "carregando as malas"... As últimas, as mais recentes, estão a seguir. Todas têm o "dedo" dela... Acho que deve ser alguma sina, não sei, mas significam muito, claro.


Quando encontrei a Fernanda em Londres no Hyde Park; Na mesma viagem, a perspectiva perfeita em Paris...


O alface em Córdoba (a inclinação da árvore coincide com a da minha cabeça) e a voluta da igreja muito bem colocada em El Toboso, na Rota de D. Quixote.


Em Campo de Criptana, ainda na Rota de D. Quixote, o moinho estrategicamente alinhado... E a melhor de todas, a árvore de Sevilha...

A melhor receita para a sanidade é rir de si mesmo... E então, gostou do presente, mãe? 
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