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23.12.04
  Além do Tejo
Castelo de Vide, 19 de novembro de 2004, às 13 horas, horário de Portugal.

Semana de atualizações. A mensagem vai ser longa... Não tanto quanto ao texto porque eu já nem sei o que escrever mais, mas mais em função das fotos... Desculpem se o blog ficar pesado e ser preciso horas de internet à lenha para descarregar tudo (se bem que agora todo mundo tem speedy, não é? - bem, exceto o CATP)...

É que foram muuuuuitas fotos que tiramos na viagem para o trabalho de História da Arquitetura Portuguesa (aquele que parte foi entregue dia 7.12). Estamos estudando a formação urbana de Castelo de Vide, e tiramos foto de cada inseto que tinha lá. Alugamos um carro (adivinha quem dirigiu um Citroen C3 novinho), a Inês arrumou uma casa ótima (uma casa rural do início do século XX, de veraneio, na estrada a Marvão de uma amiga da mãe dela) e fomos eu, o Alcindo, o Ruben e a Sofia, do grupo de História. A Lígia não foi porque estava trancada em casa estudando para projeto IV porque ia haver entrega naquela semana. É a disciplina está cada dia se parecendo mais com a da Bia Picolloto, e as visitas incomparáveis a Santana do Parnaíba (lembrei-me muito da Dé e sua paixão pela arquitetura colonial-meigo-simples-portuguesa - no bom sentido, claro! -, aqui ela ia ter um treco). Enfim, apesar de o foco ser agora um pouco diferente, há muitas coisas em comum, as relações com a Rua Direita, a formação estratégica do burgo medieval, a situação da cidade em relação ao território, a judiaria, a implantação e arquitetura das casas, o traçado urbano, a Rua de Cima e a Rua de Baixo, a segunda muralha em balaústres. Tudo muito claro e, ainda bem, preservado.


Rua Direita, Janela da Torre de Menagem, Ruela...


A cidade sem a judiaria - que desaparece atrás do morro -, vista da Igreja da Penha.

Ah. Essas fotos são do Alcindo (mas editadas por mim, claro...) porque eu cismei em tirar fotos Branco e Preto. Até consigo usar o Laboratório de Fotografia da Faculdade, os preços dos filmes são praticamente os mesmos em euros que em reais no Brasil, inclusive, "se calhar", até mais baratos; Há Ilfords em todo o canto e eu comprei na FNAC um papel Multigrade IV para as ampliações, também a preços praticados na Conselheiro Crispiniano... Só dá um pouco de trabalho na hora de mexer com os químicos, porque na FAU a gente tinha até uma certa comodidade porque o Toninho fazia tudo pra gente e era só falar com a Cibela que ela liberava um litro de D-76, um litro de interruptor e um litro de fixador... hahaha. Uma maravilha... Aqui a gente tem de diluir tudo. E não só isso, às vezes até aquecê-los pra ficarem a 20 graus e não botá-los na geladeira, como acontecia no Brasil...


Estrada de Marvão a Castelo de Vide, cheia de castanheiros...

Comentários fotográficos à parte, uma coisa que eu não tinha contado sobre Conímbriga foi o chá de hortelã "histórico" que a Lígia pegou no meio do Sítio Arqueológico. Pois é. Aconteceu algo parecidíssimo dessa vez... Ali perto foram encontradas recentemente as ruínas de uma cidade romana, colônia agrícola do Império, às margens do Rio Sever, bem no meio da Serra que fica ali do lado. Chama-se Ammaia e fica em São Salvador de Aramenha. Tudo muito próximo. O curioso é que hoje a estrada que liga Marvão a Portalegre passa bem em cima do fórum romano... Ok, não se sabia disso até então e não se vai destruir a estrada só pra escavar o fórum... Acho que basta saber onde ele estava... Mas em volta, há muitos, mas muitos castanheiros, todos com os ouriços abertos, e muitos no chão, saindo castanha a todo o lado. Um desperdício, não acham? Colhemos e levamos alguns muitos... hahaha. A castanha está muito cara no Porto... Quem nunca colheu pinhão do Auditório de Campos do Jordão? Mas essas castanhas tinham uma ar, assim, "romano"... hahaha.

Engraçado que sempre que a gente andava pela região, Marvão estava sempre à vista. Quando chegamos lá tudo mudou de figura. Não é tão alto assim, sobe-se 500 metros e fica-se a 800 metros de altura do nível do mar, mas é numa escarpa tão íngreme que é possível ver pra todos os lados, ver a torre de Castelo de Vide, ver toda a Serra, toda a planície lá embaixo, a posição das torres de menagem no centro de suas vilas num claro controle social... Muito bonito e ficamos (pelo menos eu) completamente bestas. Especialmente em relação a essas visuais e o alinhamento das torres umas com as outras, lembrei-me de Rohan e, foi aí que surgiu a máxima do Alcindo para concluir o trabalho: "Toda história medieval é baseada no Senhor dos Anéis."


Fortaleza de Marvão, vista de um lado da Torre de menagem e...


... a paisagem do outro. Castelo de Vide é um ponto à direita entre dois morros.

Voltamos domingo à noite... Segunda tínhamos aulas. E eu, de tanto viajar, tinha de mergulhar em projeto senão não ia conseguir fazer nada... E o sol, sempre... Parece que me persegue em todos as viagens, que bom! Foi excelente. Vai ficar gravado pra sempre, com certeza. Até voltar outra vez, quem sabe... 
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