pedromurilo.arq.br
27.1.05
  Ao trabalho! Quando é hora de fechar para o mundo, é hora de fechar para o mundo, não tem jeito... às vezes é preciso dizer "não"... De novo, quarta-feira tem entrega de projeto. Dessa vez deve-se entregar a implantação dos edifícios dentro de um terreno muito esquisito, cheio de ângulos e fundo de lote, sede da antiga garagem de autocarros que devem se transformar em um mundo de 39.200 metros quadrados de pura diversão habitativa, ops, habitação coletiva... Esses dias estava preocupado, até deprimido com a situação das coisas, das implicações, mas depois de, às 9 da manhã, ser o único na sala pra falar com o professor (as pessoas só começaram a chegar às 9:30, 10...) e ter tirado algumas dúvidas e ele ter elogiado (ou melhor) me convencido de que meu projeto não estava tão mau assim, até que fiquei mais animado... Vamos ver se as coisas andam... E hão de andar... Ao trabalho! 
21.1.05
  Café curto... Enquanto as fotos de Lisboa, Ericeira e Aveiro, ou até mesmo outras do tipo "repórter-de-rua-documentando-manifestações-natalinas-estranhas" não vêm (vocês verão quais são... preciso é de um scanner), para ocupar o espaço, tomo a liberdade de reproduzir aqui uma charge que saiu ano na revista Café Curto da AEFAUP. Acho que já vi umas parecidas na FAU também... Curioso como estudante de arquitetura é tudo igual em qualquer lugar do mundo: essa coisa irônico-contestativa, ainda que os projetos de todo mundo saiam todos idênticos ao que se contesta... Hmm.

 
18.1.05
  Yes, we like big stuff!
SIZA VIEIRA, Álvaro. Igreja de Marco de Canaveses, 1990-96.

Ainda em dezembro. Marco de Canaveses e Amarante. Espero que esse seja o último flash-back de atualizações e fotos... Se bem que já tem o ano novo em Lisboa e Ericeira pra colocar aqui - ainda que demorem um pouco porque eu só tirei rolos e eles estão lá, à espera... Fora as últimas de ontem em Aveiro. Mas essas eu tirei muita coisa com a digital da Ana...

Roteirinho Siza Vieira depois das entregas de Projeto e História. Feriado do dia 8 de dezembro (aqui, o dia de Imaculada é feriado e em algumas famílias ainda se comemora o Dia das Mães)... Imaculada, Maria, Mãe, tudo a ver... E se o pessoal pode ficar sem trabalhar melhor ainda...


Janelas, ao alto. "Reinterpretações da Arquitetura Religiosa Portuguesa".

Já passou um mês e meio dessa viagem então não exijam muitos pormenores. Lembro que fomos eu, a Inês, a Cristina, a Ana e o Luís. Toda a idéia de ir pra lá surgiu em alguma conversa com a Inês e o Luís num café qualquer, depois de cada um sair da respectiva labuta diária (o Luís também trabalha no CPF): eles de lá e eu da FAUP, o "ganha-pão-nosso-de-cada-dia" (no meu caso, mais um "gasta-pão-em-euros"). Combinamos de ir a Marco de Canaveses ver a Igreja, a Vila Boa de Quires ver uma obra bizarra porém fantástica que eu vi na aula de Construção (eles também ficaram curiosos porque não conheciam, mesmo eu tentando explicar o que era...) e, para finalizar, encerrar o dia em Amarante para tomar chá e comer quitutes...

Essa última parte foi a Inês pensando com o estômago (não que eu reprove!... Concordo plenamente!)... Brincadeira. Ela queria ver o Museu Amadeo de Souza Cardoso que no fim foi encontrado estranhamente fechado no feriado (!!!). Lembrei-me de Conímbriga e os autocarros...


Fotografia ao estilo banda-de-rock-num-sítio-arqueológico.

Por falar em Conímbriga, acho que a máfia é das cidades-romanas... Vimos ali também Tongóbriga, nos arredores de Marco de Canaveses... Rodamos muito, seguimos algumas referências dos "locais", demos inúmeras voltas entre quintas, morros, casinhas de pedra, para ver que estávamos sempre no mesmo lugar para, enfim, darmos de cara com outro museu arqueológico fechado (!!!). Ok! Desisto de ver ruínas de qualquer coisa que se relacione com a Lusitânia ou a Galaecia!... Eu sei que vou mudar de idéia... Mas, tudo isso rendeu umas fotos divertidas.

Em Vila Boa de Quires, tudo por ali, fomos ver a tal "Obras do Fidalgo". Em Sistemas e Materiais de Construção, durante as aulas teóricas, o Prof. Antônio Madureira mostrou uma "fachada" construída por um fidalgo qualquer no século XIX: enormes paredes em pedra, cantaria muito bem trabalhada e de difícil execução, estranhamente assimétrica... Ou seja, digna para dar origem a qualquer lenda popular ou a um conto do Eça de Queirós... Com o detalhe de que era mesmo apenas uma fachada... Não havia nada atrás, inclusive, o terreno terminava, apesar do grande afastamento em relação a rodovia... De fato, muito esquisita. Ou o tal "fidalgo" era mesmo louco, obcecado, ou faltou dinheiro... Acho que pode ter sido uma combinação das duas...


Vila Boa de Quires, Obras do Fidalgo.

Fim do dia em Amarante e enfim retorno ao Porto. Mesmo havendo aulas no dia seguinte, foi um período de relaxamento pós-tensão laboral... Quer dizer, exceto pela volta, nas duas horas seguintes, na A4, gerada por aqueles "brancos" coletivos em lembrar o nome de um certo ator... A Inês até ligou pra mãe dela e nem ela se lembrava... Mas acho que o dia foi não podia ter terminado melhor se o Luís não tivesse protagonizado a bizarra cena em que ele pergunta ao caixa do pedágio: "Que ator fez o Paciente Inglês?"... Imagina você, infeliz com seu emprego, ser abordado, na estrada, com essa pergunta?... Enfim, fica aqui a resposta, para nunca mais ser esquecido.


Amarante: lugar do chá e dos quitutes...


Amarante e o Rio Tâmega. 
15.1.05
  (Um momento de parênteses...) Acho que esse blog anda festivo demais... Não que ele não deva ser, mas tenho sentido que minhas mensagens, pelo fato de serem muito espaçadas no tempo, tendem a ser muito otimistas e que tentam juntar todas as coisas boas que me aconteceram, e, claro, suprimir as ruins.

Mas talvez eu esteja criando uma ilusão de como as coisas estão por aqui... Sim, está tudo bem, claro, já estou empolgado com o projeto novo, passei um Natal e um Ano Novo fantástico como nunca imaginaria que poderia ser. Agradeço à D. Lina e o esforço em me fazer sentir em casa; à "roupa-velha" da mãe da Inês no dia de Natal e o Porto maravilhoso posto à mesa; a hospitalidade do Nuno, namorado da Cristina, em Lisboa e à dos pais da Amélia e da família em Ericeira; e, claro, ao tempo incrível que fez na semana do Ano Novo... Agradeço até as dores no joelho de tanto andar por aí... Mas algumas coisas pesam e deixam a gente cabisbaixo com essa distância, essa dificuldade de comunicação, de saber das coisas, das notícias de casa, enfim, de mudar completamente o ritmo de vida, dos ambientes, dos amigos e do conhecimento de suas expectativas, dos colegas, do rumo de uma vida que antes era completamente certa, - e que a gente até reclamava -, para outra completemente nova e incerta. Não há como explicar... Agradeço a essa sorte que tenho.

Outro dia, ao acaso do destino, resolvi pesquisar (num pouco espaço de tempo disponível à noite) algumas coisas sobre arquitetura paulista e sobre algumas outras coisas... Tenho, a cada dia que passa, me impressionado com o quanto eu não sei de nada (apesar de ter feito curso, estudado), o quanto eu não sei do meu país, das coisas que nele existem e quanto é bom morar aí. Pode parecer um certo clichê, um certo "banzo" natural que eu já imaginava que ia acontecer, mas são essas fichas que caem e que despertam muita coisa boa que, sem estar vivendo essa situação, seriam impossíveis de ter em mãos...


Chuvas de 11.01.2005 em São Bernardo do Campo: Via Anchieta, km 13. Fonte: Folha online.


Em meio a toda essa água que se revolta contra a Terra, parece um pouco egoísmo citar as enchentes em São Paulo e dos alagamentos que aconteceram perto de casa... Não tem a ver específicamente com o acontecimento em si. Do tsunami, o mundo está falando... Pra mim, acho que ganharam outra dimensão por não conseguir imaginar o que se passa no lugar em que sempre vivi, e, talvez, pela primeira vez - resultado dessa situação - por não conseguir mais achar banal algo que acontece sempre nessa época do ano... Tem a ver com algo que se tornou mais sensível e deixou de passar despercebido. De poder, em breve, voltar a ficar impressionado com o "Pai que mata seis filhos", ou "Avó morta a facadas pelo neto" e poder desligar a televisão, sabe? Isso sem, no entanto, continuar a ignorar a existência dessas coisas, como todo mundo está passando a fazer, quando é preciso que tsunamis despertem as pessoas desse estado latente... Eu sei que parece um pouco complicado de entender, mas de fato, é estranho, muito estranho... O exílio, afinal, compensa. Mudar tudo, radicalmente. Todo mundo, se pudesse, deveria fazer o mesmo. Não para voltar e dizer que achou fantástica a Europa, viu muitas coisas, comprou um monte de outras, conheceu gente e lugares interessantes... Sim, eu também estou achando tudo isso, mas acho que a gente deve também perceber essas sutilezas. Senão, não há ganho nenhum.

Enfim, estou morto de vontade de voltar e dar uma guinada naquele projeto do Patrimônio das Cidades Paulistas com a Dé, o Leo, o Ros e o Pita... Em breve.


Chuvas de 11.01.2005 em São Bernardo do Campo: Situação do trânsito no km 16 da Via Anchieta (no trevo de casa) e situação do Paço Municipal, no Centro. Fonte: Folha online.
 
8.1.05
  Aniversário... "Pãrabénsh ã vócê, neshta data quãrida, muitash fã-li-xi-da-desh, muitozanosh dã bida... Hoje é diã dã feshta, cantam ash noxashalmash, para o mãninu Pedru, uma salba dã palmash."

Tá... Ok. Piada sem graça... Mas foi isso que eu ouvi em coro... Não posso culpar meus ouvidos... hahaha... Apesar de que aqui, a piada sou eu e meus "tchs" e "djs" em todas as palavras... Nunca tinha reparado como a gente (o brasileiro) fala assim mesmo...


Presentes... O braço da direita é o da Carmen em direção ao vinho.

Muitos agradecimentos... Tudo numa mensagem só... Vocês que leiam tudo!

A Inês e a Ana (que trouxe o bolo) prepararam uma festinha surpresa pra mim (que não era tão surpresa porque a Inês sempre que podia me perguntava a data do meu aniversário e, quando voltamos de Marvão, ela logo me mandou uma mensagem dizendo: "Terça jantas aqui em casa...". "Ok", penso eu, "vai ter festinha".

Para um dia que tinha começado relativamente mal (nem me lembro o que aconteceu, mas só a partir das 5 da tarde as coisas começaram a melhorar para o meu lado... Ah! Teve atendimento de História após a viagem e praticamente só eu falei das fotos, dos lugares, das especulações do grupo... etc.), acabou muito bem. Fiquei muito feliz. Até ganhei presentes:

1. uma barra de chocolate da D. Lina (que disse que não podia deixar passar o meu aniversário sem dar alguma coisa, mesmo que simples)... Muito simpática. Aliás, ela quer é me ver gordo de tanto doce... hmmm... e cada doce!...;

2. um cachecol em substituição ao finado cachecol de Chinatown, ou, o Santo Véu de Madre Wandergleusa de Jesus, perdido em Óbidos, em meio a fúria chocolátrica (existe essa palavra?)... E olha, é um dos presentes mais usados ultimamente, (o chocolate já foi devorado...);

3. o livro "Domingo de Manhã, Fotografias de Jorge Henriques", com edição do CPF. São imagens do Porto nos anos 50 e 60, tiradas, obviamente, em domingos de manhã. Fantástico. Assinado por todo mundo que estava lá... Destaque especial, para o elefante do Sérgio, o Bosi... Ou melhor, para o elefante que o Sérgio, o Bosi, desenhou...;


Obrigado! (Jorge Henriques, Porto. CPF)

4. Uma das melhores surpresas, com um recado "para que você se sinta em casa" foi o CD que minha mãe, meu pai e meu irmão me mandaram, o Linus & Lucy, do pianista George Winston, com versões, como o nome diz, dos temas do desenho do Charlie Brown - aliás, o mesmo que me foi roubado quando levaram o som do meu carro (obrigado!) - e, para completar, um livro com a maioria das músicas, o Peanuts Illustrated Songbook (é o último da lista do link) - "para treinar no piano do Orfeão, quando der". Fantástico. Se eu conseguir aproveitar os fins-de-semana ou as madrugadas pra ir lá no piano, está valendo...

Mas, infelizmente o último presente vem acompanhado de dois protestos, que não podem passar despercebidos...

Protesto número 1. Os correios portugueses só me deram dor de cabeça. Primeiro que bateram à porta de casa para deixar o CD e logo foram embora. Nem esperaram atenderem e já deixaram um aviso de que a encomenda estaria numa agência de correio por 3 dias... Quando eu, de posse do aviso fui à agência, a mosquinha da recepcionista (naquele tom burocratês) disse: "Olha, não está aqui, volta mais tarde...". Voltei (e a agência era longe de casa... Ia sempre à pé). "Olha, ainda não está aqui, deixa ver...". (aí sim que ela resolveu procurar no computador)... Estava numa ooooutra agência, essa assim, mais perto de casa (dã!)... Fui buscar no dia seguinte. Pelo menos era uma agradável encomenda, claro. Além disso, o livro só chegou perto do Natal (nem sabia que vinha junto). Ok. Encarei como um presente de Natal, então...

Protesto número 2. Esse não pode deixar passar mesmo: tive a (in)felicidade de ver um episódio do "Peanuts" na RTP Dois. Tudo bem dublar o desenho, mas as MÚSICAS??!!... Substituíram o jazz do Vince Guaraldi por uma trilha sonora cheia de "o Snoopy é fixe!" e outros sons metálicos-sintéticos!... Ahhh! Eu quase morri de desgosto... MATARAM A MINHA INFÂNCIA! Espero que tenha sido apenas alucinação...

Claro, tudo isso, antes de me fechar para o mundo e mergulhar na tal entrega do F. Agora já está começando tudo de novo. Já teve visita ao terreno do novo projeto. Mas isso é outra história... Enfim, em homenagem à relíquia perdida, uma imagem que ficará guardada pra sempre no meu arquivo pessoal de bobagens... São os 14 kb mais puros que existem no meu computador. Palavra.


Politas, ou melhor, Madre Wandergleusa de Jesus,
em seu estado de graça. © 2001, Politos.
 
6.1.05
  A propósito, FELIZ DIA DE REIS. Mais imagens, já que consegui algumas tiradas pela Ana através de um CD que ela fez para a Inês e que eu já afanei...

Só pra ilustrar que a nova arquitetura portuguesa agora é comestível... Nham! Um verdadeiro roteiro arquitetônico-gastronômico...


SOUTO MOURA, Eduardo. Estádio Municipal de Braga (em cho-co-laaaaa-te).Hmmm.

Pois é, esse intercâmbio em Portugal está sendo o máximo... Quando voltar vou fazer uma tese sobre a resistência material do chocolate (será que eles aceitam em PEF 605?)

PS: Meu cabelo está curto, agora. 
5.1.05
  Em primeiro lugar, FELIZ ANO NOVO. Vou tentar, nesses dias de pouco trabalho (ainda que já antecipando muitas coisas pra fazer, como ir ao mercado porque hoje eu estou sem leite e ficando quase sem papel higiênico), escrever mais regularmente. Inclusive, todo o mês de dezembro, que foi bastante intenso.

Mas... Acho que fica pra depois. Hoje vou colocar uma foto engraçada que teve a infelicidade de estar em Portugal... Se a Tia Bia Kühl ver isso, acho que tem um treco... Ou melhor, talvez ela use a imagem para aquelas aulas com trocadilhos irônicos sobre o patrimônio que só ela sabe proferir...



Tirei na entrada da cidade de Marvão. Era pra ser um aviso de estacionamento proibido. Mas pode ser também alguma piada institucional, como se nenhum outro lugar fosse histórico se não for autorizado por quem quer que seja... Acho que quem ia adorar essa imagem era a Marina, a historiadora do CATP, lá de Ribeirão Pires. Vou ver se consigo mandar pra ela como presente de Natal... 
pequeno muro de pedra, ou pedra de pequeno muro, depende apenas do estado de espírito.

Minha foto
Nome:
Local: Brazil

Pequeno muro de pedra ou pedra de pequeno muro, depende apenas do estado de espírito.

Arquivos
09.2004 / 10.2004 / 11.2004 / 12.2004 / 01.2005 / 02.2005 / 03.2005 / 04.2005 / 05.2005 / 06.2005 / 07.2005 / 08.2005 / 09.2005 / 10.2005 / 11.2005 / 12.2005 / 01.2006 / 02.2006 / 03.2006 / 04.2006 / 05.2006 / 06.2006 / 07.2006 / 08.2006 / 09.2006 / 10.2006 / 11.2006 / 12.2006 / 01.2007 / 02.2007 / 03.2007 / 04.2007 / 05.2007 / 06.2007 / 07.2007 / 08.2007 / 09.2007 / 10.2007 / 11.2007 / 12.2007 / 01.2008 / 02.2008 / 03.2008 / 04.2008 / 05.2008 / 06.2008 / 07.2008 / 08.2008 / 09.2008 / 10.2008 / 07.2009 /


Powered by Blogger

Assinar
Postagens [Atom]